Investimentos para 2023: o que esperar do mercado e onde investir
O ano de 2022 foi marcado por uma série de eventos que impactaram o mercado financeiro. Eleições presidenciais, guerra na Ucrânia, protestos em Brasília, crise do gás natural na Europa, venda do Twitter. Esses são apenas alguns dos acontecimentos.
Diante desses e outros fatores externos, a bolsa americana apresentou quedas abruptas em 2022, atingindo os níveis mais baixos desde 2020. O dólar atingiu o seu ápice em janeiro (R$5,70) e quatro meses mais tarde, no dia 4 de abril, fechou o dia em sua maior desvalorização (R$4,60).
Na Bolsa de Valores brasileira (B3), empresas do ramo de produção, exploração e distribuição de petróleo e gás foram as que tiveram um melhor desempenho no ano, enquanto os setores de educação, saúde e varejo apresentaram os piores retornos. A manutenção da taxa de juros em patamar elevado, a deterioração macroeconômica, incertezas de mercado e outros fatores influenciaram na volatilidade.
Em resumo, 2022 foi um ano turbulento. Isso favoreceu os aportes em títulos públicos e outros produtos de renda fixa, que não só possuem menos risco como também entregaram uma rentabilidade maior devido aos juros elevados .
Será que em 2023 o mercado financeiro estará mais calmo? É hora de deixar a renda fixa e investir mais em renda variável?
Veja, no artigo, quais são as expectativas para esse novo ano, o que dizem os especialistas e onde investir!
Cenário no exterior e impactos no Brasil: o que esperar dos investimentos para 2023
Os conflitos externos entre Rússia e Ucrânia, e outras potências podem esfriar as transações comerciais.
Muitos estados podem atingir inflações recordes devido à falta de insumos e alta de juros, enquanto outros — com políticas monetárias mais apertadas — tendem a registrar um ciclo de queda de juros e lidar com possíveis recessões econômicas, como é o caso da Europa e Estados Unidos.
A expectativa é que a China relaxe um pouco as suas políticas internas de Covid-zero, favorecendo as commodities, como já está acontecendo desde janeiro. Além disso, as projeções apontam que o Brasil, melhor que outros países no que diz respeito ao crescimento e à inflação, deve ter uma posição privilegiada diante países emergentes.
Para o economista Ricardo Amorim, “o Brasil pode apresentar um desempenho muito melhor do que o previsto”.
No entanto, a existência de conflitos externos e as próprias questões políticas internas do país podem gerar volatilidade. O investidor precisa estar preparado para aproveitar as oportunidades? Sim! Mas é necessário cautela.
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Onde investir em 2023
Ao que tudo indica, a renda fixa deve se manter em destaque nos investimentos para 2023. O cenário macroeconômico e as primeiras sinalizações do novo governo resultaram na volatilidade de ações nas primeiras semanas do ano. Com isso, muitos investidores têm priorizado produtos que se mantêm mais estáveis e se beneficiam com a alta de juros.
A expectativa era de que houvesse uma queda da Selic a partir de junho deste ano, beneficiando ações e fundos imobiliários. Porém, existe a possibilidade dos juros alcançarem patamares mais elevados que 13,75% no segundo semestre, mantendo a renda fixa uma opção mais interessante para o investidor.
“Taxas dos títulos públicos, especialmente os mais longos, estão subindo. E os papéis atrelados ao CDI e os CDBs pré-fixados também são boas oportunidades”, diz Denys Wiese, head de renda fixa da EQI.
Ainda assim, o investidor não pode ignorar as oportunidades no mercado de ações, ainda mais aqueles que possuem um perfil mais moderado e sofisticado. Muitos papéis estão abaixo do seu preço médio devido aos juros mais longos, mas quando estes começarem a cair, a renda variável tende a reagir e se recuperar.
De momento, dada às incertezas políticas e econômicas, a escolha dos papéis precisa ser estratégica e o investidor deve se basear em quatro critérios:
- Geração de caixa resiliente;
- Flexibilidade financeira;
- Potencial de crescimento no médio e longo prazo;
- Nível de risco.
Segundo recomendações de analistas, as ações ligadas a commodities, alimentos e energia elétrica são interessantes porque existe a demanda. Também, porque boa parte dessas empresas possui fundamentos sólidos.
A carteira precisa acompanhar o perfil do investidor
O perfil do investidor é dividido entre conservador, moderado e sofisticado. Para evitar riscos desnecessários no mercado financeiro em 2023, é muito importante que o investidor tenha uma carteira balanceada e de acordo com o seu perfil.
No caso do perfil conservador, por exemplo, o ideal é que o maior percentual de aportes se concentre em renda fixa, onde existe pouca ou quase nenhuma volatilidade. Já no caso do perfil moderado, o indicado é que o foco do investidor seja manter uma carteira distribuída igualmente entre produtos de renda fixa, ações, FIIS e multimercados.
O investidor sofisticado, por outro lado, pode manter uma maior posição em ações, FIIS, criptomoedas e multimercado, mas sem ignorar os aportes em renda fixa para reduzir a instabilidade da sua carteira e assegurar uma boa reserva de emergência.
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