

Imagine que você queira construir uma casa. Quais são os passos para isso? Você pensa onde vai querer morar, imagina como quer que a sua casa seja, checa quanto vai poder gastar nisso, contrata um arquiteto que vai planejar a sua casa dentro do seu orçamento e respeitando os seus desejos e necessidades.
Assim, vemos que para tirar esse sonho do papel você precisa de planejamento. Além disso, tem que levar em consideração a sua situação específica. Podemos ampliar esse conceito para todo o seu planejamento financeiro pessoal. Quem não cuida das suas finanças não chega a lugar nenhum.
Pensando nisso, elaboramos este post para ajudar você a saber para onde vai seu dinheiro, conseguir poupar, aprender a investir com segurança e construir seu patrimônio. Acompanhe!
Pense em uma empresa. Consegue imaginar um negócio que não saiba no que está gastando seu dinheiro? Dificilmente algo assim vai para a frente e tem lucro, não é? Nosso orçamento pessoal é como uma pequena empresa. Não adianta esperar “sobrar dinheiro” para investir no fim do mês, porque isso dificilmente vai acontecer.
O segredo aqui é controle. Quando você começar a anotar, vai se surpreender com o quanto gasta em pequenas coisas, como cafezinhos, sobremesas, aplicativos de transporte e por aí vai. Isso não significa deixar tudo isso de lado, mas passar a fazer escolhas mais conscientes. Assim você sabe para onde vai o seu dinheiro.
Por exemplo, se você toma um café e come um bombom de sobremesa todos os dias e gasta R$8 por dia, são R$ 240 por mês, considerando 22 dias úteis. Se você economizasse esse valor, daria R$ 2.880 por ano. Em 10 anos, seriam R$ 28.800, sem contar nenhum rendimento. Ou seja, 10 anos de cafés e bombons é uma viagem para a Europa.
Tudo bem se você decidir que quer continuar tomando seu café e comendo o bombom, mas essa vai ser uma decisão consciente.
Da mesma forma, se juntar pequenos gastos, pode se surpreender com o quanto aquilo significa em um mês. Quer ver? Vamos imaginar que você pague R$ 27 no streaming de música, R$ 33 no de vídeos, R$ 170 de TV por assinatura, R$ 100 de academia. Somando tudo, dá R$ 330 por mês. Não é mais tão pouco.
Esse item é uma consequência direta do anterior. Agora que você sabe no que gasta, chegou a hora de avaliar se tudo isso faz sentido. Mais uma vez: não significa abrir mão de todos os gostos, mas de estabelecer prioridades. Se você tem sonhos e objetivos, muito provavelmente vai ter que abrir mão de coisas menos importantes para alcançá-los.
Por isso, pegue a sua lista de gastos e elimine aquilo que não traz retorno suficiente. Pense em trocar o pacote da TV por assinatura por outro mais barato — ou cancelar o serviço de vez —, reduzir idas a restaurantes e trocar programas mais caros por outros mais baratos. Em vez de gastar R$ 500 em um show internacional, pode-se fazer um piquenique com os amigos no parque ouvindo música, por exemplo.
Coloque todas as suas receitas e despesas (fixas e variáveis) na ponta do lápis. Pode ser literal — no papel — ou com o valioso auxílio da tecnologia, usando planilhas ou aplicativos específicos para isso. O importante é ter esse controle.
Para as despesas variáveis, como gastos com supermercado, lazer, vestuário etc., estabeleça um limite. Uma dica: coloque um limite semanal, não mensal, porque facilita o controle. Por exemplo: R$700 por semana para viver, com mercado, transporte, medicamentos etc.
Se colocar um limite de R$2.800 por mês para viver, é bem mais provável que você chegue lá pelo 20º dia sem um tostão no bolso e fure seu orçamento.
Outra dica importante é deixar uma pequena folga no seu orçamento. Nunca conseguimos fazer uma previsão totalmente precisa de quanto vamos gastar porque pequenos imprevistos acontecem o tempo todo.
Quer alguns exemplos? A bateria do computador estraga e tem que trocar; um filho fica doente e você precisa comprar um remédio; surge um aniversário e é necessário comprar um presente, e por aí vai. A ideia é ter controle e conseguir economizar para investir, mas sem passar necessidade.
Quase tudo na vida é uma escolha entre curto e longo prazo: comer um bombom todos os dias e engordar ou me privar desse prazer para manter a forma no longo prazo? Sair com os amigos no fim de semana ou aproveitar esse período para estudar e fazer aquela pós que vai ajudar a alavancar minha carreira?
Em inglês existe um ditado que diz “no pain, no gain”. Na tradução literal, seria “sem dor, sem ganho”. Não precisamos ser tão dramáticos, mas podemos manter a ideia de que, para alcançar um benefício futuro, é preciso fazer pequenos sacrifícios no presente.
O melhor jeito de tornar isso mais leve é justamente tendo em mente o ganho que você vai ter lá na frente. Por isso, torne esse futuro palpável: uma casa, um carro, uma viagem, uma pós-graduação. Assim você define quanto precisa para chegar até lá e em quanto tempo pretende alcançar a meta.
Vamos imaginar que você queira reformar a sua casa, e para isso precise de R$ 100 mil. Você fez seu orçamento e eliminou os supérfluos. Separe um valor para investir mensalmente, como se fosse mais uma conta. Por exemplo, R$ 3 mil por mês.
Se fizer uma contribuição mensal nesse valor para um investimento que renda 0,3% ao mês, consegue juntar esse valor em 35 meses, graças à ajuda dos juros compostos. Pode levar um tempo, mas você vai conseguir alcançar o seu objetivo.
Agora você já sabe como fazer o seu planejamento financeiro pessoal e viu como fazer o dinheiro sobrar para investir com segurança. Para quem vive do dinheiro que ganha, essa é a única forma de conquistar a independência financeira, alcançar seus objetivos e realizar seus sonhos. Organização e planejamento são as palavras de ordem.