
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, disse nesta segunda-feira (25) que aposta no sucesso do programa de concessões de aeroportos públicos à iniciativa privada.
De acordo com ele, as esferas decisórias, incluindo o Tribunal de Contas da União (TCU), estão unidas para progresso do programa de desestatização. “Por mais surpreendente que possa parecer, digo que nós vamos arrebentar na venda de aeroportos”, afirmou o ministro da Infraestrutura.
Segundo ele, a transferência dos terminais aéreos, hoje administrados pela Infraero, à iniciativa privada não será afetada nem mesmo pelas consequências econômicas decorrentes do coronavírus.
Inicialmente, os leilões ocorreriam em 2020, mas foram adiados conforme a solicitação de investidores, desde que a crise de saúde se propagou. Agora, a expectativa é que os certames ocorram em março de 2021, conforme dito pelo ministro no seminário virtual com investidores do banco Santander.
A venda, segundo ele, representa “ousadia”, uma vez que o mercado aéreo foi um dos mais afetados pela pandemia que paralisou as atividades globais.
Ontem (24), inclusive, os EUA proibiram a entrada do estrangeiro que passou pelo Brasil nos últimos 14 dias antecedentes à chegada no país. Assim também, o governo brasileiro suspendeu a entrada de estrangeiros no Brasil por um período de 30 dias.
Ambas as decisões foram tomadas por causa da crescente curva de contágio do coronavírus.
Mesmo assim, o ministro da Infraestrutura segue otimista. “Todo mundo está tirando aeroportos da praça e nós vamos colocá-los. Seremos praticamente vendedores exclusivos no mundo”.
Ele ainda afirmou que a oferta brasileira atrairá investidores estrangeiros em busca de boas oportunidades de negócios para além do segmento aéreo. “Nossos ativos são excelentes e o setor vai retomar [as atividades]”, disse, referindo-se a toda infraestrutura nacional.
“O Brasil vem criando as condições para oferecer maior segurança aos negócios”, destacou.
Crise no setor aéreo
Tarcísio Freitas sinalizou que o governo e as próprias empresas aéreas trabalharão para retomar o movimento que, por sua vez, chamará o investidor.
Nesse sentido, o governo planeja extinguir a obrigatoriedade de que 15% do capital do grupo econômico que assuma um aeroporto pertença a uma empresa aeroportuária, possibilitando que qualquer um possa operar um aeroporto com o suporte de um operador aeroportuário.
“Isto abre espaço para os fundos de investimento, fundos de pensão, fundos soberanos”, disse. Ele confirmou a realização da sexta rodada de concessão para o 1T21, provavelmente, para 21/03.