
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a preservação da harmonia entre os Poderes é um pilar fundamental da democracia.
Em pronunciamento, o parlamentar convidou a todos para uma “pacificação dos espíritos”, em prol da convivência, no momento em que a política vive uma crise. “Vigilantes, e desarmados de preconceitos de qualquer ordem, temos que trabalhar pelo Brasil”, disse, ao iniciar a sessão do Plenário na véspera (26).
De acordo com ele, “a construção e a preservação da democracia exigem esforços diários, vigilância intensa e transparência”.
O deputado, que cobrou maturidade para manter um diálogo construtivo entre as instituições e para com a sociedade brasileira, sem citar políticos ou órgãos específicos, defendeu que “a quarentena, o isolamento social, não são os culpados por derrubar a economia” e que “quem derruba a economia é o vírus”.
Segundo Maia, o pronunciamento nasceu do coletivo da Casa porque “o momento se impôs”.
Posteriormente, o líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL) elogiou o discurso do presidente da Casa. Lira é dos expoentes do Centrão e afirmou que Maia propagou a tese que seu partido “defende há muito tempo”, com uma condução “republicana” e “equilibrada”.
Ele enalteceu as “alianças de boa-fé”, em referência à recente aproximação entre o Centrão e o presidente da República, Jair Bolsonaro.
STF defende independência do Judiciário
Enquanto Maia pede pela harmonia entre os Poderes, os ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) defenderam a independência do Poder Judiciário.
Segundo a Agência Brasil, o ministro Celso de Mello e a ministra Cármen Lúcia se manifestaram sobre críticas e ameaças ao trabalho da Corte.
Em dado momento, Mello chegou a afirmar que “sem um Poder Judiciário independente não haverá liberdade nem democracia”.
A declaração foi feita dias após a decisão do decano da Corte de divulgar o vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril ter sido classificada pelo presidente Jair Bolsonaro como abuso de autoridade.
O material foi citado pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro como prova no inquérito que investiga a suposta tentativa interferência de Bolsonaro no comando da Polícia Federal.
Na reunião, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, sugeriu a prisão para ministros do Supremo Tribunal Federal.
Mello é o relator da ação que aguarda posicionamento do procurador-geral da República, Augusto Aras, responsável por decidir se apresenta ou não denúncia à Justiça.