
No cenário global, a guerra entre Rússia e Ucrânia aumenta o nível de incerteza dos mercados e justifica a aversão ao risco. No Brasil, contudo, analistas afirmam que juros e commodities devem amparar os preços dos ativos. Além disso, fluxos de capital que iriam para a Rússia podem migrar para outros emergentes, como o mercado local.
De acordo com Marcos Mollica, gestor do Opportunity Total Master, os ativos brasileiros ainda não foram tão afetados. Segundo ele, o movimento tem a ver com a política do Banco Central que colocou os juros muito à frente do nível internacional.
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As outras autoridades monetárias terão, agora, que lidar com o cenário inflacionário com pressões recessivas sobre as economias, o que as coloca num dilema. Por aqui, o gestor acredita que a Selic não será aumentada, mas deve ficar em níveis mais altos por mais tempo, algo entre 12,5% e 13% até o final do ano.
Neste momento, por exemplo, as taxas de juros dos Estados Unidos de curto prazo estão em queda porque o mercado aposta em ações mais cautelosas do Federal Reserve (FED). Dessa maneira, a diferença entre os juros aumenta.
Ademais, o capital estrangeiro está pouco posicionado no Brasil, o que diminui os efeitos negativos, e as commodities tendem a ter valorização. “A alta das commodities e o aumento do diferencial de juros são um colchão para o Brasil”, disse Mollica.
Migração dos fluxos de capital
Já Luiz Eduardo Portella, sócio-fundador da Novus, as sanções impostas à Rússia devem fazer migrar parte do capital de investimento em emergentes do país para o Brasil. Ele ressalta, também, a valorização das commodities e aponta, ademais, a troca de posições de empresas de crescimento para papéis de valor.
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Como o ambiente é de ampla incerteza, o agravamento da situação, bem como o posicionamentos dos Bancos Centrais ao redor do globo pode mudar os fluxos de capital.
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Juros, commodities e migração dos fluxos de capital podem amparar os ativos locais
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