
Após o governo anunciar o fechamento recorde de 860,5 mil vagas formais em abril, o ministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu novo programa de emprego.
Diante das estimativas de um cenário mais agudo, com até 6 milhões de novos desempregados até agosto, a geração de empregos e redução da pobreza se tornaram o centro das atenções da equipe econômica do governo federal.
Guedes afirmou, por exemplo, que o pagamento do auxílio emergencial mostrou ao governo que 38 milhões de brasileiros jamais haviam tido uma carteira de trabalho.
De acordo com o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, este pode ser o público para a Carteira Verde-Amarela.
A informação foi concedida ao Valor Econômico e, posteriormente, confirmada por outro participante do encontro virtual com Guedes. Conforme o ministro, a expectativa é que o novo programa de emprego seja anunciado dentro de 30 a 40 dias.
Auxílio emergencial
Ainda há muitas dúvidas sobre a continuidade do auxílio emergencial, anunciado por um período de três meses – com possibilidade de prorrogação.
Em audiência pública no Congresso, o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, admitiu a continuidade do benefício, mas em outro formato. Segundo ele, o Bolsa Família será usado como referência para um redesenho do programa.
Novas regras trabalhistas
Em videoconferência com empresários, o ministro da Economia afirmou que 8 milhões de empregos foram salvos pelo programa que permite às empresas reduzir proporcionalmente jornada e salários ou até mesmo suspender contratos de trabalho.
Ontem, inclusive, a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base da MP 936/20, que altera regras trabalhistas durante a crise do coronavírus. O texto prevê uma redução da jornada de trabalho e salário em até 70%, por um período de até 90 dias.
Agora, a Medida Provisória será apreciada no Senado. Guedes disse que a retomada dependerá primordialmente dos investimentos do setor privado. Nesse sentido, o governo mantém seu compromisso com o teto de gastos, portanto, não é possível elevar substancialmente os investimentos públicos.
O ministro ainda lembrou das reformas econômicas e pediu apoio para aprová-las, como o marco do saneamento.