
O dólar comercial fechou em queda de 1,42% nesta segunda-feira (23), na cotação de R$ 4,8030 na venda, ao fazer um pregão negativo. Além do forte apetite ao risco no mercado de câmbio, a divisa americana também foi pressionada pelos movimentos do cenário internacional.
No radar, ganhou destaque as declarações do presidente dos EUA, Joe Biden, sobre a possível revisão das tarifas de importações de produtos chineses. Isto porque, na administração de Donald Trump, as taxas que incidem sobre as compras sofreram diversos aumentos, o que influenciou nos custos do comércio com o país.
Se a Casa Branca reduzir tais impostos, os preços dos produtos e mercadorias importados devem cair e isso pode conter a inflação, ainda que parcialmente. No entanto, Biden não determinou uma data para esta revisão ou as condições para colocá-la em prática.
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Ao mesmo tempo, o mercado repercutiu as declarações da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, sobre os juros do bloco econômico. Nesse sentido, ela explicou que o ciclo de aperto monetário terá início a partir do segundo semestre, com a taxa dos depósitos deixando o patamar negativo até o final de setembro.
Com a revisão nas projeções de juros em quase todas as economias desenvolvidas, os investidores ajustaram posições, se adequando ao novo contexto. Desse modo, a moeda brasileira registrou o melhor desempenho dentre os seus pares emergentes, pois apresenta um elevado diferencial de juros.
Além disso, a cena local ainda conta com estimativas de Selic em níveis mais altos, atingindo um nível restritivo e por um período longo. Frente a este conjunto de variáveis, o real ganhou impulso e assumiu tendência de valorização, sobretudo, após o dólar perder a região de sua média móvel de 50 dias.
Juros futuros têm viés de baixa reagindo ao exterior
Os contratos de juros futuros encerraram com viés de baixa nos trechos intermediários e longos, reagindo ao alívio no exterior. Ademais, a queda no dólar também acabou influenciando o movimento de ajuste nas taxas domésticas, em meio ao aumento na demanda pelos DIs.
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Com efeito, as ações e as commodities também subiram, com os agentes aguardando a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). Também ficou no radar a votação na câmara do projeto de lei complementar que limita a 17% a cobrança do ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e telecomunicações.
O DI outubro/2022 subiu a 13,17% (13,15% no ajuste anterior), o DI janeiro/2024 caiu a 12,77% (12,79% no ajuste anterior) e o DI outubro/2025 recuou a 11,87% (11,97% no ajuste anterior).
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Dólar fecha a R$ 4,80 em pregão negativo e de forte apetite ao risco no mercado de câmbio
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