
Surpreendentemente, o Bradesco (BBDC3; BBDC4) reportou lucro líquido recorrente de R$ 6,801 bilhões no quarto trimestre. O forte resultado representa uma alta anual de 2,3% e de +35,2% frente ao terceiro trimestre.
Como resultado, o lucro do banco em 2020 totalizou R$ 19,458 bilhões, saldo 24,8% menor do que o apurado em 2019. Assim também, a instituição financeira viu seu lucro contábil crescer 11,9% na passagem do 4T19 e o 4T20 para R$ 5,464 bilhões.
O salto ajudou a amortecer a queda do acumulado do ano (-26,7%), uma vez que o lucro contábil de 2020 foi de R$ 16,546 bilhões. Além disso, a rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio trimestral (ROAE) do Bradesco foi de 20%.
Desse modo, o indicador recuperou o patamar observado em 2019, período que antecedeu a pandemia do novo coronavírus. Nesse sentido, o Bradesco declarou que o resultado operacional do último trimestre de 2020 refletiu as melhores receitas.
Destacou ainda a margem financeira e prestação de serviços, assim como a redução das despesas com provisões para devedores duvidosos (PDD).
Isso porque o PDD registrou um decréscimo de 18,3%, para R$ 4,568 bilhões. Em contrapartida, o indicador avançou 14,7% na passagem de 2019 para 2020.
Já o índice de cobertura para créditos vencidos acima de 90 dias ficou em 403% no último mês do ano passado.
A margem financeira do Bradesco, por sua vez, ficou em R$ 16,657 bilhões, ou seja, +9% na comparação trimestral +8% no ano.
De acordo com o banco, o resultado foi apurado em decorrência da “boa performance da margem com mercado”. Ao mesmo tempo, a margem com clientes evoluiu 3,3% entre outubro, novembro e dezembro.
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Receita, despesas operacionais e crédito
A forte redução de custos e a melhora no risco de crédito impulsionaram os resultados do Bradesco.
Sua receita de serviços somou R$ 8,717 bilhões no 4T20 (+7,3% em três meses), impulsionada, sobretudo, pela retomada gradual da atividade econômica. Ano a ano, no entanto, as receitas declinaram 1,3%, conforme mostra o relatório do banco. Já as despesas operacionais recuaram 2,1% no trimestre e 9,3% no ano, para R$ 11,483 bilhões.
A carteira de crédito expandida do Bradesco cresceu tanto no trimestre (3,4%) quanto na comparação anual (10,3%) e atingiu R$ 686,968 bilhões em dezembro.
Aqui se destacou a aceleração do crescimento em pessoas físicas (+7% no trimestre e +12% no ano), segundo o banco. Os produtos de crédito pessoal consignado e financiamento imobiliário elevaram a carteira para R$ 257,406 bilhões.
No Bradesco, a avaliação é que os resultados foram satisfatórios e que refletem “o esforço e dedicação de todas as equipes” em um ano desafiador.
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Projeções do Bradesco para 2021
Entre esses e outros resultados, o banco Bradesco também divulgou a estimativa (guidance) para o desempenho de algumas linhas do balanço para o ano corrente.
Em primeiro lugar, o banco acredita que a carteira de crédito vai crescer cerca de 9% a 13% no acumulado do ano.
Em segundo lugar, a margem financeira com clientes (desconsiderando o resultado da Tesouraria) deve aumentar de 2% a 6% no mesmo período.
Além disso, a instituição monetária prevê uma reação das receitas com prestação de serviços, alta que deve girar em torno de 1% a 5%.
Em paralelo, o Bradesco deve prosseguir agressivo no corte de custos e projeta uma queda na mesma faixa nas despesas operacionais neste ano.
Por fim, a expectativa é que o resultado deste ano seja beneficiado ainda pela queda das despesas com provisão, que devem marcar cerca de R$ 14 e R$ 17 bilhões, segundo estimado pelo Bradesco.
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