
Em agosto, os investidores estrangeiros efetuaram a maior retirada mensal de recursos da Bolsa de Valores desde 1996.
De acordo com a B3 (a defasagem é sempre de dois dias), as saídas contabilizaram R$ 10,79 bilhões no período.
Esse montante é o resultado de R$ 190,08 bilhões em compras de ações e de R$ 200,87 bilhões em vendas.
Desde o começo da série histórica analisada, em janeiro de 1996, essa é a maior retirada líquida do mercado à vista em um único mês, informou o Valor Econômico.
Anteriormente, o maior volume aconteceu em maio do ano passado, mês da greve dos caminhoneiros e da crise do diesel.
Um mês depois, caiu o então presidente da Petrobras, Pedro Parente. Na ocasião, o fluxo negativou em R$ 8,43 bilhões.
Desde então, o investidor estrangeiro tem apresentado um movimento mais cauteloso, que persistiu ao longo do mês passado.
Em contrapartida, no pregão do último dia 30, os estrangeiros injetaram R$ 962,47 milhões na Bolsa de Valores.
Naquele dia, o Ibovespa subiu 0,61% com a trégua na escalada de tensões entre China e EUA, aos 101.135 pontos.
A escalada contribuiu para aliviar as perdas do mês de agosto, a -0,67%.
Embora analistas avaliem que esse foi um movimento pontual, conforme publicado pelo Valor, a perspectiva para o ingresso de capital externo no mercado de ações ainda não é favorável.
Ao menos no curto prazo, há ainda muitas incertezas atreladas à guerra comercial travada entre Estados Unidos e China.
Assim também, as saídas líquidas do investidor estrangeiro se tornaram recorde em 2019.
Nos primeiros oito meses deste ano, a retirada líquida da Bolsa de Valores para o segmento contabiliza R$ 21,23 bilhões.
O volume supera o saque de R$ 16,5 bilhões observado em igual período de 2008.