
Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia revelam que a balança comercial teve déficit de US$ 482 milhões na terceira semana de novembro, em função do resultado das exportações (US$ 2,786 bilhões) e importações (US$ 3,268 bilhões).
Esse segundo déficit semanal derrubou o saldo comercial no acumulado do mês, que agora está negativo em US$ 430 milhões.
Considerando a média diária, 2019 mostra um superávit acumulado de US$ 34,491 bilhões (-34,4% frente ao mesmo período de 2018).
Ainda pelo critério de média diária, os embarques até a terceira semana do mês novembro contraíram 32,6%, puxados por manufaturados.
Assim também as vendas ao exterior no segmento recuaram de forma acentuada, 42,3%, para US$ 243,1 milhões.
Nesse sentido, o fator determinante foram os produtos laminados planos de ferro ou aço, veículos de carga, óleos combustíveis, mas também partes de motores e turbinas para aviação, máquinas e aparelhos para terraplenagem.
Houve ainda um recuo de 31,4% da exportação de semimanufaturados, que foi reduzido a US$ 88,1 milhões, conforme os apontamentos.
O índice foi impactado pelos semimanufaturados de ferro/aço, celulose, ouro em formas semimanufaturadas, açúcar em bruto, couros e peles.
Os básicos também contraíram 24,7% para US$ 374,2 milhões. De acordo com o órgão, o resultado foi puxado pelo petróleo em bruto, minério de ferro, soja em grãos, café em grãos e fumo em folhas.
Em termos de importações, a média diária até a 3ª semana da balança comercial caiu 11,2% para US$ 748,4 milhões.
Desse modo, decresceram os gastos, principalmente, com bebidas e álcool (-33,4%), adubos e fertilizantes (-12,6%), veículos automóveis e partes (-11,9%).
Segundo informou o Valor Econômico, também foram afetados os químicos orgânicos e inorgânicos (-9,7%) e equipamentos eletroeletrônicos (-2,9%).
O cenário internacional segue da mesma forma, em algumas horas a cautela em relação à guerra comercial se acende, enquanto pouco tempo depois, tudo já volta ao normal e o otimismo quanto a um acordo volta a prevalecer. Ainda que o primeiro passo seja um acordo apenas tarifário e não envolva questões mais delicadas como propriedade intelectual, já é um avanço que os investidores fazem questão de celebrar. Mesmo porque tudo pode tomar contornos mais difíceis depois que essa etapa estiver vencida. Nesta esteira, as Bolsas americanas seguem em alta e na Ásia mais mistas.
Por aqui, estamos sentindo os efeitos de tensões com a guerra comercial no dólar, que ontem fechou a sessão em seu nível recorde. Hoje, o presidente do Banco Central, Campos Neto, fala sobre os rumos da Selic e atuações no câmbio no Senado, vale conferir. Ademais, o feriado em São Paulo amanhã de Consciência Negra deixará os mercados fechados e ainda deve retirar a liquidez dos negócios já hoje.
Por Glenda Ferreira – Especialista em Investimentos na Levante Ideias de Investimentos